Com o crescimento das políticas ESG (Environmental, Social, Governance) no mercado global, empresas que buscam práticas econômicas mais sustentáveis e responsáveis têm adotado métodos, especialmente no âmbito ambiental, para mitigar os impactos de suas atividades. Uma prática amplamente utilizada é o inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEEs).
O objetivo principal desse inventário é mapear as emissões de GEE das atividades empresariais, permitindo a quantificação, qualificação e registro dessas emissões. Isso possibilita traçar um perfil detalhado, que servirá de base para o desenvolvimento de um plano de metas para a redução da poluição gerada. Além de promover a transparência para investidores, o monitoramento das emissões também reforça o compromisso da empresa como uma gestora ambientalmente responsável.
No Brasil, o Projeto de Lei nº 412/2022, que busca regulamentar o mercado de carbono, foi aprovado pelo Senado em outubro de 2023, e em seguida analisado pela Câmara dos Deputados, que o reuniu com o PL 2148/15[1], que cria o SBCE - Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa, e o devolveu ao Senado para análise[2], atualmente sob o PL 182/2024[3]. Caso seja aprovado, empresas que emitirem mais de 25 mil toneladas de carbono e outros gases de efeito estufa por ano deverão adotar medidas de redução e compensação, como a compra de créditos de carbono. Adicionalmente, atividades com emissões superiores a 10 mil toneladas anuais de carbono serão obrigadas a implementar um plano de monitoramento.
Diante disso, empresas que já mantêm um inventário detalhado de sua pegada de carbono estarão mais bem posicionadas para gerenciar esses índices, especialmente com a nova legislação. Ter um plano de descarbonização em andamento facilita a formulação de estratégias de gestão ambiental, permitindo a escolha entre diferentes métodos de mitigação.
A adesão ao inventário de emissões demonstra o compromisso da organização com o combate às mudanças climáticas e permite a identificação de processos que podem ser substituídos por práticas mais sustentáveis. Isso resulta em redução de custos a longo prazo e atrai investidores que priorizam empresas alinhadas com os princípios ESG.
Investir na criação de um inventário de emissões de GEEs transforma as organizações em aliadas fundamentais na proteção do meio ambiente, contribuindo para a redução da emissão de gases nocivos e promovendo a adoção de uma cultura de gestão ambiental ética, responsável e sustentável.
[1]https://www.camara.leg.br/noticias/1029046-camara-aprova-projeto-que-regulamenta-o-mercado-de-carbono-no-brasil/
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