As extremas ondas de calor que o Brasil vem vivenciando são o resultado da combinação do fenômeno El Niño com o processo de aquecimento global que atinge o país e o mundo há décadas, e que vem se intensificando a cada ano. Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), em 2023 o Brasil atingiu um recorde na temperatura média histórica em quatro meses seguidos (julho, agosto, setembro e outubro), sendo este o ano mais quente desde a década de 60. As altas emissões de carbono na atmosfera contribuem para a intensificação dos efeitos do aquecimento global, de modo que a população e os biomas são afetados intensamente como consequência direta das mudanças climáticas. Neste contexto, surgem as discussões quanto aos meios e possibilidades de frear o aquecimento global que, de acordo com o Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, 2023), se encontra em aproximadamente 1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais.
Dentre os potenciais meios de contenção, prevenção e reversão das mudanças climáticas, o Relatório aponta a busca por sistemas sustentáveis de produção que podem ser viabilizados pelo “aumento de investimentos em adaptação e mitigação, instrumentos de políticas, aceleração da inovação tecnológica e mudanças de comportamento”. No Brasil, a busca por mecanismos de mitigação do aquecimento global tornou-se prioridade frente aos problemas existentes, de modo que o mercado de carbono e as maneiras de compensação são hoje importantes instrumentos para as grandes empresas que buscam reduzir seus impactos no meio ambiente. Nesse sentido, a CPR-Verde, enquanto instrumento financeiro que permite às empresas a compra e venda de créditos para compensação de carbono, ou investimentos em serviços ambientais para compensação de demais impactos, é um mecanismo eficaz na preservação do meio ambiente, auxiliando na conservação da biodiversidade e na regulação das altas temperaturas e distribuição pluvial no país .
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