Empresas brasileiras que desejam manter acesso ao mercado europeu precisarão adotar em curto prazo práticas mais sustentáveis, aprimorando suas operações para se adequarem aos novos padrões ambientais e sociais da EU, que vêm sendo estabelecidos para o combate às mudanças climáticas, como o Pacto Ecológico Europeu, os Padrões de Relatórios de Sustentabilidade da EU (ESRS) e o Regulamento para Produtos Livres de Desmatamento.
Em em 2019 a União Europeia (UE) lançou o Pacto Ecológico Europeu (European Green Deal)[1] em resposta aos efeitos das mudanças climáticas, comprometendo-se com políticas voltadas à neutralização das emissões de gases de efeito estufa (GEEs) até 2050. Desde então, a Comissão Europeia vem aprovando regulamentos que incentivam práticas empresariais mais sustentáveis e éticas, bem como a implementação de mecanismos ecológicos pelos países membros.
Em 31 de julho de 2023, a Comissão Europeia aprovou o European Sustainability Reporting Standards (ESRS)[2], um conjunto de 12 novos padrões ambientais, sociais e de governança (ESG). As empresas sujeitas a essas normas deverão apresentar relatórios detalhados sobre como suas operações impactam áreas como mudanças climáticas, poluição, recursos hídricos, biodiversidade, economia circular, conduta empresarial, força de trabalho, e comunidades afetadas. O cumprimento desses padrões será essencial para demonstrar o compromisso empresarial com a sustentabilidade e a responsabilidade social.
Além do ESRS, a União Europeia também implementou em 2023 o Regulamento para Produtos Livres de Desmatamento (European Union Deforestation-Free Regulation - EUDR)[3]. Esse regulamento proíbe a importação de commodities provenientes de áreas que tenham sido desmatadas após 31 de dezembro de 2020, abrangendo produtos como carne bovina, cacau, café, óleo de palma, soja, borracha e madeira. Essa medida visa combater o desmatamento global, promovendo cadeias de suprimento mais sustentáveis.
Essas novas diretrizes da UE têm implicações significativas para países exportadores como o Brasil, que possui a UE como um importante parceiro econômico. Com mais de 54,6 mil km² de vegetação amazônica desmatada, o Brasil enfrenta o desafio de alinhar suas práticas internas às exigências globais de sustentabilidade. Empresas brasileiras que desejam manter acesso ao mercado europeu precisarão adotar práticas mais sustentáveis, aprimorando suas operações para se adequarem aos novos padrões ambientais e sociais da UE.
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