As empresas que buscam se adaptar às demandas atuais do mercado financeiro passaram a aderir, enquanto políticas internas e externas da corporação, às práticas ESG (da sigla em inglês Environmental, Social, Governance) como norteadores de suas atividades, a fim de assumirem uma gestão ambiental ética, sustentável e responsável. O primeiro passo é a criação de um inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEEs), que permite à organização traçar um perfil das emissões de carbono derivadas de suas atividades e, a partir disso, desenvolver um plano de descarbonização baseado em diferentes maneiras de compensar tais emissões.
Uma das formas de compensar a emissão de GEEs é através da análise das atividades realizadas pela empresa, a fim de verificar quais podem ser substituídas por práticas mais sustentáveis, permitindo a redução de sua pegada de carbono. Em outra palavras, a substituição de práticas extremamente danosas ao meio ambiente por aquelas sustentáveis – como por exemplo a utilização de energias renováveis, o manejo dos resíduos tóxicos liberados, a substituição dos combustíveis para biocombustíveis, o reflorestamento de áreas vegetais afetadas e a adoção de matérias-primas sustentáveis – são condutas que permitem à corporação a redução das emissões de carbono, conferindo uma gestão sustentável de seus ativos.
Por sua vez, a corporação pode optar por compensar suas emissões a partir do desenvolvimento e/ou financiamento de projetos sustentáveis. Isso possibilita que além de promover contribuição direta para a conservação do meio ambiente, a companhia possa atrair investidores e obter retorno financeiro dos projetos apoiados. A Cédula de Produto Rural Verde (CPR-Verde), por exemplo, é um dos investimentos que a empresa pode realizar com a garantia de que obterá tanto um retorno econômico, quanto sustentável. Isso porque a CPR-Verde permite que as grandes corporações financiem os produtores rurais locais que realizam atividades de manejo sustentável em suas propriedades. Dessa forma, enquanto o agricultor recebe pelas suas práticas sustentáveis, a empresa compensa suas emissões a partir do investimento na preservação de uma área florestal.
Outro método de compensação envolve a aquisição de créditos de carbono. Neste modelo, uma empresa que excede seu limite anual de emissões de gases de efeito estufa pode comprar créditos de outra que emitiu menos do que seu objetivo, permitindo que a última monetize seu excedente ambiental positivo.
Deste modo, a adoção de uma gestão ambiental sustentável dos ativos, a partir da incorporação das práticas ESG, permite à empresa um leque de possibilidades de compensação e redução das emissões de gases de efeito estufa. Assim, não só as corporações estão mais comprometidas com soluções sustentáveis, como também o mercado está diante cada vez mais de diferentes formas de reduzir os danos gerados pelas atividades empresariais.
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